21 setembro 2006

Sharon Jones @ Bimbo's 365

Grande sala para receber uma grande senhora! E o funk nunca mais foi o mesmo!

Sharon’s first full-length album, 2002’s successful Dap Dippin’ with Sharon Jones and the Dap-Kingson Brooklyn-based Daptone Records, served to solidify her reputation as Soul Sister # 1. And, finally, after several more years of non-stop worldwide touring and recording with other notable artists such as Greyboy, Sharon Jones and her mighty Dap-Kings give you their finest full-length effort to date, Naturally. As Sharon says, “If you can’t feel the music on this album, then you must be a dead ass!”

Mais aqui.

10 setembro 2006

Idealismos árabes...

Outka, Mimouna and Aïcha go away from the caravan quietly with their tray and their teapot and their glasses. They are going to look for the tallest dune so they can see all the Sahara. Then they are going to make tea. They walk along time. Outka says: 'I see a high dune,' and they go to it and climb up to the top. Then Mimouna says: 'I see a dune over there. It's much higher and we can see all the way to In Salah from it.' So they go to it, and it is much higher. But when they get to the top, Aïcha says: 'Look! There's the highest dune of all. We can see to Tamanrasset. That's where the Targui lives.' The sun came up and they kept walking. At noon they were very hot. But they came to the dune and they climbed and climbed. When they got to the top they were very tired and they said: 'We'll rest a little and then make tea.' But first they set out the tray and the teapot and the glasses. Then they lay down and slept. [...] Many days later another caravan was passing and a man saw something on top of the highest dune there. And when they went up to see, they found Outka, Mimouna and Aïcha; they were still there, lying the same way as when they had gone to sleep. And all three of the glasses were full of sand. That was how they had their tea in the Sahara.

in The Sheltering Sky, por Paul Bowles. Mais aqui.

Espetadas e Poncha













Nicht zu verwechseln mit der Espada ist die
Espetada, ein etwa ein Meter langer Fleischspieß. Traditionellerweise ist der Spieß aus Lorbeerholz gefertigt. Da der Lorbeerwald jedoch mittlerweile unter Naturschutz steht, wird von der traditionellen Zubereitung normalerweise Abstand genommen – im Sinne der Natur – und ein Metallspieß verwendet, wobei frische Lorbeerblätter beim Einreiben des Fleisches immer noch eine wesentliche, geschmacksgebende Rolle spielen.

in http://de.wikipedia.org/wiki/Madeira

07 setembro 2006

Cheers, mate!

NEWS
GOODBYE
Updated Friday 8th September, 2006
Yes, it’s the end for Arab Strap. After ten years, six studio albums, three live albums and all manner of everything else, we’ve decided the story should come to a close. There’s no animosity, no drama, we simply feel we’ve run our course and The Last Romance seems to us the most obvious and logical final act of the Arab Strap studio adventure. Everybody likes a happy ending!
[...]
It is midnight on the 8th of September 2006 and I have just opened a beer.
Cheers.

in http://www.arabstrap.co.uk/content/eng/news.php

Obrigado pela companhia nos dias cinzentos e pelo concerto de 26 de Fevereiro de 2001 no Scala em Londres - "[...] on Arab Strap’s new album, 'The Red Thread', Moffat’s words seem to have been transformed by love. Likewise, the band’s live show, which was made up largely of new songs, brought to mind the ghost of Ian Curtis rattling around among the best bits of Sonic Youth, and, strange as it sounds, it made for an uplifting experience."
Há algum tempo que passei a fase basa-lá-saborear-a-melancolia mas hoje abrirei uma cerveja com eles. E depois outra...

04 setembro 2006

Burnin'

Voltei. O período de descompressão é estranho. Tive de ir levantar dinheiro. Pagar o pequeno almoço e a lavagem do carro. Dezenas de mexicanos encontram ali o trabalho americano prometido. Chineses tratam da gestão. Mas não deixa de ser uma bomba da Shell. Caminho pelas ruas ainda pouco movimentadas de uma segunda feira feriado e ainda fim de semana enquanto faço um balanço do que se passou.
Partimos domingo sem pressas. Ainda tempo para parar em Reno e comer algo rápido num dos muitos casinos. Seguimos viagem por estradas desertas, de acordo com as indicações fornecidas. No deserto vai-se criando uma caravana. Muita tralha. Muitas bicicletas atreladas. Muita expectativa. Sintonizamos uma rádio interna da cidade que nos iria acolher. Entre músicas bem escolhidas passam jingles como: "Please keep your filthy capitalism outside." ou "If your walking across the playa at night without lights you’ll get run over. Actually, if you do that, you deserve to be run over. Run over and killed!”. Encontrado o nosso espaço no cruzamento das ruas 3:00 e Anxious, acampamos. Passeamos pela playa, espaço vasto de pó seco quebrado pelo calor em largos paralelipípedos. Olhando para o céu, o número de estrelas é imenso.
Adormeço para acordar poucas horas depois com o calor do Sol e uma voz ao megafone: “Johnny Cash is dead! Deal with it!”. Eram 9 horas e Black Rock City recebia-nos ventosa. Os primeiros dois dias foram passados a conhecer o grupo que nos recebia e a trabalhar para levantar o espaço onde passaríamos a semana. Um enorme paraquedas disposto em círculo sobre uma estrutura de aço, que nos protegia do Sol e servia de tecto para um bar e cabine de DJ. Era assim o Klepto Camp. Festas. Bar aberto e música. Essa era a nossa contribuição para a comunidade que é o Burning Man. Cansados, fomos surpreendidos por uma tempestade de areia na tarde de 3ª feira. Durante 10 minutos tivemos que tapar nariz e boca com roupa para conseguir respirar e entreabrindo os olhos apenas víamos os vultos das pessoas mais próximas de nós. Depois tudo passou. Desde esse dia o Sol brilhou e apenas fluiu uma aragem agradável. Ideal para o jogo de futebol que se seguiu. No deserto, uma bola fora é sinónimo de 400 metros estafetas. Sabia bem criar uma rotina num sítio assim. Aos poucos ela foi-se instalando. Banho de manhã, correndo atrás dos jactos de água projectados por um carro cujo objectivo é manter o pó junto ao chão. Secar ao Sol e caminhar pela playa até ao acampamento que fazia panquecas em larga escala para quem por lá passa. Logo atrás, faziam café expresso. Caminhando até ao acampamento central podia-se saltar de trampolim, absolver os nossos pecados com Bloody Marys ou arranjar máscaras para a festa dessa noite numa qualquer boutique local. No acampamento central, local social do festival faz-se yoga e teatro mudo na praça central, enquanto uma banda indiana toca cítara e tablas num palco. No lado oposto gritam-se poemas de intervenção. Há também um café e atrás vende-se gelo. Aqui, o gelo e o café têm de ser comprados porque, segundo a organização, não conseguiam comportar os custos. De volta ao nosso acampamento construímos um chuveiro. Com bomba de pressão e tudo. Foi o nosso luxo no deserto. Isso, e os banhos turcos de fim da tarde, à disposição num acampamento a um quarteirão de distância. Com o aproximar da noite, a temperatura baixa e atrevemo-nos a passear pela vastidão da playa. Por lá espalham-se obras de arte que encontram no deserto a sua galeria. É a exposição dessas obras que esteve na origem do festival. No centro dessas obras está uma estátua de madeira que representa o Homem. É ele que está destinado a arder na noite de sábado, rodeado por fogo de artifício, malabaristas de chamas, rodas de djambés, brass bands e um colectivo que marcha erguendo cartazes onde se lê: “Save the Man”, “He’s innocent”, “Make bunnies not wars”. As noites eram passadas entre as festas que nós promovíamos e os outros acampamentos, entre bares abertos e música. Uma estrutura de madeira, em forma de ninho, distante das tendas, albergava a maior discoteca da zona com design e DJ belgas. A semana passou e eis que chega a noite de sábado. Gosto da simbologia de uma comunidade cujo elemento de adoração não é de carácter religioso ou político, mas sim o Homem. Em toda a sua liberdade e criatividade, fraternidade e euforia. E concordo que um símbolo estático não tem a força que tem um ideal se tornar chama que se torna fumo e se eleva na noite. Houve festa e dança, e a minha lembrança deslocou-se até à Quinta da Atalaia… Já não poderei dizer “Não há festa como esta!” mas prefiro dançar a Carvalhesa a qualquer música que ouvi por Black Rock City.